segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Déa Trancoso | Cambona de Curimba no Vozes de Mestres 2013

Foto: Diana Gandra 2009

"Déa Trancoso é a trovante sinistra. Sua voz não é uma voz fácil para os nossos ouvidos porque está conectada com fontes muito antigas da história da humanidade que relembram a todo instante quem somos e o que estamos fazendo aqui. E a maioria imensa dos seres humanos não quer mais se lembrar disso. A voz dela tem o DNA do centro da terra que chama a lembrança de si mesmo. Quem está atento e vivo reconhece imediatamente e se reconecta. Mas não é fácil e é para poucos. Serendipity é primo-irmão de segredos vegetais".
(por DÉRCIO MARQUES)

Essas palavras do fundo da alma do amigo e músico Dércio Marques foram escritas quando Dércio ouviu “Serendipity”, segundo disco de Déa Trancoso e seu primeiro trabalho autoral, que traz parcerias com Badi Assad, Chico César e Rogério Delayon.  

 Bordado, parceria de Dea Trancoso e Chico César


Déa Trancoso traz ao Vozes de Mestres 2013 sua presença marcante, que sempre nos remete aos caminhos do sertão mineiro e ao Vale do Jequitinhonha, desta vez com o show “Cambona de Curimba – cantigas de terreiro”. Cambona de Curimba é um termo Yorubá que nomeia uma pessoa a serviço da música dentro da Umbanda. Esse é o caso de Déa Trancoso que pesquisa e se dedica ao assunto há quase 20 anos. No repertório, canções autorais ainda inéditas, ("Nas Águas de Yemanjá", "Ogum de Frente", "Jurema", "Gira de Marinheiro"), algumas feitas a pedido de "seu" Zé Pelintra - entidade que Déa vem estudando há algum tempo e é tema de seu mestrado. O concerto traz também cantigas e pontos tradicionais, recolhidos durante a sua trajetória, e, ainda, algumas peças já gravadas por outros artistas e que são amplamente conhecidas no Brasil. Acompanham a cantora o multi-instrumentista Rogério Delayon, os percussionistas Carlinhos Ferreira e Alcione Alves e o grupo Coro do Céu.




Déa Trancoso é cantora, compositora e produtora cultural. Celebrou, em 2012, 25 anos de uma carreira dedicada a mostrar o Brasil para o mundo e para os brasileiros. Chamada pelos fãs e alguns críticos de “a fada telúrica”, Déa Trancoso é exemplo de uma trajetória musical forjada sem nenhuma concessão ao mercado fonográfico.

Em 2001, fundou o selo TUM TUM TUM Discos, através do qual conduz seu trabalho. Em setembro de 2012, lançou caixa-box com os seus três Cds: “Tum Tum Tum”(TUM TUM TUM Discos-2006/Biscoito Fino-2010), “Serendipity” (TUM TUM TUM Discos-2011) e “Déa Trancoso e Paulo Bellinati – FLOR DO JEQUI” (TUM TUM TUM Discos-2012).


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